ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 222-2


Poster (Painel)
222-2UTILIZAÇÃO DE FUNGOS DA ORDEM MUCORALES NO BIOCONTROLE DO ESCORPIÃO AMARELO Tityus serrulatus LUTZ & MELLO
Autores:Baroni, F. de A. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Makita, M.T. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Abreu, D.P.B. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Porto, Y.D. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Campos, S.G. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo

O escorpionismo é problema crescente, afetando várias cidades da maioria dos estados do Brasil, com importância em saúde pública. Os acidentes, impossibilitam a vitima para o trabalho e chegam a causar a morte, principalmente se as vítimas são crianças. O veneno do escorpião possui uma combinação de aproximadamente 70 aminoácidos que mesmo nas diferentes espécies apresenta similaridade de composição. No presente trabalho avaliamos a capacidade de fungos da ordem Mucorales de promoverem óbito de escorpiões amarelos (Tityus serrulatus). Foram trabalhados 4 grupos de 10 escorpiões dispostos em caixas de polietileno, contendo pedras de aquário ao fundo, algodão embebido em água e artefato para abrigo dos mesmos. A alimentação foi semanal pela administração de grilos, sendo os grupos mantidos em ambiente climatizado. Cada grupo foi posto em contato com um dos gêneros fúngicos a seguir: Mucor spp, Rhizopus spp, Absidia spp e Syncephalastrum spp previamente isolados de ambientes comuns aos escorpiões. Foram aplicados diferentes métodos de exposição aos fungos e a cada método, os insetos foram renovados. O primeiro foi uma exposição à biomassa fúngica em placas de Petri, sendo estas colocadas na tampa das caixas, de modo que a propagação de esporos atingisse os escorpiões. O segundo foi uma exposição à biomassa fúngica contida em frascos Becker, colocando-se os animais dentro destes recipientes por um tempo padrão. O terceiro foi por aspersão direta de uma suspensão de esporos fúngicos e o quarto foi por cultivo dos fungos dentro das células dos abrigos dos escorpiões, de modo a forçar o contato dos mesmos com os fungos. Mucor, Rhizopus, Absidia e Syncephalastrum eliminaram respectivamente 11, 10, 7 e 6 animais no total de experimentos realizados. O métodos mais eficazes foram o cultivo dos fungos dentro das células dos abrigos e a exposição direta à biomassa em frascos Becker. Nos dois casos, houve um contato direto dos animais com o fungo o que pode favorecer a ingestão dos mesmos. Acredita-se que o desenvolvimento fúngico no interior de insetos e a produção de toxinas relacionadas à patogenicidade promova inclusive alterações nas carcaças. Em alguns exemplares, verificamos a formação de manchas enegrecidas na carapaça. Podemos ter como hipótese que o óbito, nesses animais só seja possível quando ingerem as partículas fúngicas. Neste aspecto, os Mucorales produzem grandiosa quantidade de esporos. A aspersão direta, no entanto, não necessariamente possibilita a ingestão e as partículas aspergidas sobre a superfície não apresentariam capacidade de penetração, devido à rigidez da carapaça. Uma maior investigação poderá determinar a metodologia eficaz de combate e os mecanismos fúngicos envolvidos, de forma a aprimorarmos o possível uso destas ou de outras espécies como biocontrole.


Palavras-chave:  Biocontrole, Escorpiões, Mucorales, Tityus serrulatus